Havana é uma cidade linda, não está mais tão deteriorada como dizem, há um grande trabalho de reconstrução muito interessante sendo feito principalmente em Habana Vieja pelo historiador cubano Leal Spengler. Na parte antiga de Havana já está quase tudo restaurado. Segundo nosso guia, Spengler é um homem muito inteligente e culto, fala várias línguas e é um dos únicos homens que Fidel Castro escuta. Era um líder religioso e hoje é quem chefia toda a reconstrução de Havana. Ainda, segundo nosso guia, é provável que ele seja o sucessor de Fidel.


Habana Vieja foi fundada pelos espanhóis em 1519 e é o centro original da cidade San Cristóbal de La Habana, uma das cidades mais antigas fundadas pelos europeus na America do Sul. No século XVII a cidade já era um dos principais centros de construção de navios do Caribe. Havana hoje tem dois milhões de habitantes e Cuba 14 milhões.

A história de Havana abrange três períodos fundamentais claramente refletidos na arquitetura: período colonial espanhol “Habana Vieja” (1519 à 1898), período neocolonial norte-americano, “Centro Havana” (1898 a 1959), e período revolucionário com construções tipicamente russas a partir de 1960.
Para ir à Havana pegamos a Avianca via Bogotá, 5h50 de vôo, depois mais 3hs até Havana: as malas podem ser despachadas diretamente para o destino final, o que é bem mais confortável. A hotelaria em Havana é vasta, ficamos no Hotel Melia Habana, mas aconselho a ficar em Habana Vieja, tem hotéis 5 estrelas ótimos e é perto de tudo, restaurantes, bares, lojas: o nosso hotel era meio deslocado, para ir a qualquer lugar tínhamos que pegar taxi.
Para se ter uma boa idéia da cidade aconselho pegar um guia e fazer um city tour no primeiro dia.
Curiosidade
A maioria dos guias são médicos, engenheiros, ou profissionais graduados, que por terem um salário baixíssimo (US$ 18,00 por mês) tornam-se guias.
Fomos ao bairro Miramar, onde ficavam as casas grandes e bonitas de Havana, hoje em dia quase todas embaixadas. A Quinta Avenida é muito bonita e local da maioria das embaixadas!! Depois vimos a casa de Hugo Chaves, enorme, um palácio e a casa onde dizem morar Fidel. Fomos ao bairro Vedado (proibido), que tem esse nome porque na época da revolução era “vedado” a pessoas de classe mais baixa.

Passear em Habana Vieja a pé é um ótimo programa e o melhor jeito de conhecer o bairro com suas quatro praças uma ao lado da outra, unidas por ruas todas com construções barrocas dos séculos XVI e XVII maravilhosas!

1 – Plaza de la Catedral
Além da catedral, a praça tem vários prédios históricos em bom estado a sua volta, inclusive o imponente Palácio de los Marqueses de Aguas Claras, construído em 1760, que hoje abriga o restaurante El Patio, com mesas ao ar livre na praça. A catedral é mais bonita por fora do que por dentro. É toda em estilo barroco cubano, parecendo um castelo de areia, com peculiares campanários assimétricos.

Curiosidade: a placa com o nome da praça é feita com mosaicos portugueses Viúva Lamego (Sintra, Portugal desde 1849).
2 – Praça Velha
Fundada em 1584, é outro dos monumentos mais famosos de Habana Vieja. Porém nela, diferentemente das outras praças, não há edifícios religiosos nem públicos. No seu lugar, casas e mansões da elite colonial da cidade. A Casa dos Condes de Jaruco foi restaurada e é hoje considerada um exemplo excelente de antiga mansão colonial cubana.

3 – Praça São Francisco de Assis
O nome vem da Basílica de San Francisco. A igreja e o convento são de 1608 e reconstruídos em 1737. Esta é realmente a mais bela de todas as praças em Havana Velha. Todos os edifícios estão em excelente estado por fora. A Basílica Menor de San Francisco de Assis, um belo edifício onde pode-se ouvir o equivalente cubano de um canto gregoriano. Tem um bonito jardim ao lado, onde se pode sentar e aproveitar uns momentos de paz.

4 – Praça das Armas
É a principal praça turística e local, desde o final do século XV, de cerimônias e eventos militares. Entre as árvores, milhares de livros usados ficam à venda nas várias prateleiras dispostas pelas calçadas, sendo que sem exagero, 98% dos livros é sobre Fidel Castro e Che Guevara. Geralmente há música ao vivo de artistas que param por ali para tocar. No meio da praça está a estátua de Carlos Manuel de Céspedes, o homem que colocou Cuba no caminho da independência, em 1868.


Desde 1982 o centro colonial de Habana Vieja é considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Centro Havana
Nessa parte da cidade fica bem claro a influência de estilos arquitetônicos citadas acima: barroco espanhol, americano e russo.
Capitólio Nacional, foi a sede do governo de Cuba após a Revolução Cubana em 1959, e atualmente é a sede da Academia Cubana de Ciências. O seu desenho foi inspirado no Capitólio dos Estados Unidos em Washington, DC. Concluído em 1929, o prédio foi o edifício mais alto de Havana na década de 50 e também a terceira maior casa parlamentar do mundo, mais um exemplo do estilo neo-clássico americano usado em Havana.

Vedado
Bairro da cidade de Havana conhecido nos primeiros séculos da área colonial como Monte Vedado – proibido por causa de um decreto do governo espanhol que impedia a passagem e a frequência para a praia nessa área das pessoas mais simples. Hoje em dia o bairro de Vedado é mais metropolitano e mais classe média. Muito comércio e vida noturna.
Curiosidade
Os carros em Havana ainda são todos da década de 50!! O mais incrível é que eles vendem quadros a óleos nas feiras de rua sobre carros! Segundo José Simão os mecânicos de Cuba devem ser ótimos, porque apesar dos carros serem muito velhos todos ainda andam.
Museus
1 – Museu da Revolução
Antigo Palácio Presidencial de Batista. O acervo se resume a história da Revolução de Fidel Castro e Che Guevara, com fotos muito fortes sobre tortura da época de Batista, incluso mostrando os aparelhos para tortura usados, nada agradável de se ver. O palácio é muito bonito!
A poucos passos dali, o Memorial Granma (avó em inglês)exibe as peças mais emblemáticas da Revolução, como o iate em que Fidel desembarcou com seus homens para iniciar a luta armada.


2 – Museu de Belas Artes
O Museu Nacional de Belas Artes possui uma das coleções de arte antiga mais valiosas da América Latina. Os destaques ficam por conta dos retábulos egípcios do século II a.C. e das pinturas de Rubens, Sorolla ou Murillo. São dois edifícios, um para a arte cubana e outro para a arte internacional. A arte cubana exposta vai do período colonial até as gerações contemporâneas.
3 – Museu Hemingway
Finca Vigia, a 16 kms. a leste de Havana, significa “casa mirante” e está localizada na pequena cidade de classe trabalhadora de São Francisco de Paula. O povo cubano sempre respeitou a escolha do famoso escritor de viver em uma cidade modesta, entre as pessoas que pescavam com ele. Construída em 1886 por um arquiteto espanhol Miguel Pascual y Baguer, Finca Vigia foi comprada por Martha Gellhorn, terceira mulher de Hemingway em 1940, a um custo de US $ 12.500.

Foi lá que Hemingway escreveu dois de seus romances mais célebres: Por Quem os Sinos Dobram e O Velho e o Mar. Após a morte de Hemingway em 1961, o governo cubano tomou posse da propriedade e transformou num museu. O interessante é que não se entra dentro da casa, a visita é feita por fora olhando pelas janelas. Os jardins são muito bonitos e pode-se avistar Havana de longe.

Outras atrações tradicionais em Havana:
Castillo de los Tres Reyes Santos Magnos del Morro
Esta fortaleza imponente foi erguida entre 1589 e 1630 para proteger a entrada do porto de Havana de piratas e invasores estrangeiros. Situado no alto de um penhasco rochoso sobre o Atlântico, é um exemplo clássico de arquitetura renascentista militar. Por mais de um século o forte resistiu a numerosos ataques por corsários franceses, holandeses e ingleses. O famoso farol Castillo foi acrescentado em 1844. Além das fantásticas vistas sobre o mar e a cidade, El Morro também abriga um museu marítimo.

Fábrica de Charutos Partagas
Em 1845, Don Jaime Partagas deu seu nome a uma nova marca de charutos. Ele foi assassinado numa das suas plantações em 1864, supostamente por um rival ciumento com quem tinha disputado um dos seus amores quando seu filho José Partagas assumiu o negócio. Hoje, a Real Fábrica de Tabacos Partagas continua a elaborar impecavelmente excelentes Havanos, como no tempo de Don Jaime. Antes e depois da revolução, a fábrica de Charutos Partagas tem sido uma das marcas mais respeitadas no mercado e com o maior numero de charutos vendidos em todo o mundo, sendo um ponto forte da economia cubana.

Grande Teatro de Havana – Garcia Lorca
Famoso por ser a sede do reconhecido Balé Nacional de Cuba, fundado por Alicia Alonso. A Ópera Nacional também faz apresentações ali. O teatro também é conhecido pela sua sala de concertos, a García Lorca, que é a maior de Cuba.

Malecón
A beira mar de Havana foi construída em 1901 e tem 8 km de extensão. Os cubanos passeiam, tocam músicas, paqueram e se reúnem a noite nesse calçadão. Durante o dia, muitas crianças nadam e homens pescam. Quando há ventanias, a água do mar invade a rua e as ondas chegam a ter mais de 3 mts. de altura.

La Cabaña de Che Guevara
A casa onde viveu Che Guevara em Havana é hoje um museu e está em reforma. A vista que se tem de lá para Havana é espetacular.

Paseo de Martí e Parque Central
O arborizado calçadão para pedestres no meio da avenida liga o Malecón ao Parque Central, onde crianças brincam e muita gente se encontra para conversar.
Café Escorial – café super tradicional na Praça Velha.
Grande Café El Louvre –um clássico também, no centro de Havana, no Hotel Inglaterra, o mais antigo e clássico hotel de Cuba, fundado em 1875.
La Bodeguita del Médio –próximo do bairro histórico da Praça da Catedral, famosa pelos seus pratos de comida cubana tradicional, decoração única e também pelos deliciosos “Mojitos”.

Hotéis
1 – Melia Cohiba
Hotel muito bom, ótima piscina. Tudo muito bem conservado tanto nas áreas comuns como nos quartos, aliás todos bem grandes. Não deixe de tomar o famoso Mojito que é preparado em um dos bares da área da piscina.
2 – Nacional
O Hotel Nacional de Cuba foi inaugurado em 30 de Dezembro de 1930. construída por empresas americanas. O hotel apresenta um estilo eclético arquitetônico refletindo Art Deco, referências árabes, características de hispano-mourisco, neo-clássicos e neo-colonial. Há ainda detalhes do estilo californiano de séculos. Esse hotel de estranha arquitetura teve uma importância muito grande na história de Havana.
Entre 1930 e 1959 foi palco de inúmeros visitantes famosos desde Winston Churchill, a família real inglesa, magnatas industrias, celebridades internacionais, grandes músicos e artistas da época. Em 1956, Eartha Kitt inaugurou o Cabaret Parisien no hotel que faz sucesso até hoje.
No dia seguinte da Revolução Cubana, em 1 de janeiro de 1960, os representantes da empresa norte-americana que operavam o hotel partiram, e os funcionários do hotel assumiram a gestão. Entre 1960 e 1970 os hóspedes famosos foram Yuri Gagarin, primeiro cosmonauta do mundo, Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir.
Um reavivamento do turismo internacional começou em 1974. O hotel foi arquitetonicamente e historicamente restaurado, alcançando o status de carro-chefe da indústria hoteleira cubana e reaberto em 1992.
Declarada pela UNESCO como Patrimônio Mundial em 1982.


3 – Melia Habana
É um hotel grande com todos os confortos modernos. No centro de Miramar, no novo centro de negócios de Havana, junto à Quinta Avenida, a 10 minutos do Centro Histórico da cidade e a 15 minutos do aeroporto internacional de José Martí. Tem três restaurantes: um italiano La Scala, com deliciosos pratos típicos da cozinha italiana, o La Bella Cubana à la carte e o Buffet Miramar. O bar no térreo é uma boa opção para se comer um sanduíche antes de ir ao teatro. Tem também uma sala de Ginástica muito boa, massagem, sauna, ótima piscina e um belo jardim tropical.


4 – Hotel Ambos Mundos
O hotel ganhou nota internacional de seu mais famoso inquilino de longa data: em 1932, um quarto no quinto andar tornou-se a “primeira casa” em Cuba do escritor Ernest Hemingway: tem uma vista de Habana Vieja, e do porto de mar em que ele pescava com freqüência em seu iate Pilar. Hemingway alugou o quarto por US $ 1,50 por noite até meados de 1939, quando ele transferiu sua residência de inverno de Key West (90 milhas de Cuba) para uma casa nas colinas perto de Havana, Finca Vigia, que ele compartilhou com Martha Gellhorn (eles se casaram em 1940). Hemingway começou seu romance Por Quem os Sinos Dobram, um romance da Guerra Civil Espanhola, que tinha assistido ao longo dos anos anteriores vários, na sala no Ambos Mundos, em 1 de março de 1939.

Hoje, seu quarto de hotel, n º 511, é mantido ainda como se ele ainda ali vivesse, é um pequeno museu no meio do hotel.
Música
1 – Café Taverna
Fundado em 1772, continua famoso até hoje. Está todo reformado, uma sala muito simpática com grandes janelões dando para a rua em Habana Vieja. Assistimos ao show do “Buena Vista Social Club”: os artistas apesar da idade avançada são excelentes: tanto a voz dos cantores quanto a habilidade dos músicos é impressionante! Dispense a comida!

2 – Cabaret Parisien
cabaré do Hotel Havana Nacional. É um show muito bom, equivale ao Folies Bergères de Paris As dançarinas cubanas são lindas e dançam muito bem. Depois do show há a chance de aprender alguns passos dos ritmos locais com os dançarinos do show. Uma noite interessante da cultura cubana, vale a pena. Josephine Baker e Nat King Cole se apresentaram no Cabaret em 1957 quando já eram famosos e o preconceito racial já havia diminuído.
3 – Tablao Pancho
Foi o pior deles. É só de musica cubana boa, mas os artistas são muito velhos o lugar é simples demais e a localização um pouco perigosa.
4 – Tropicana
se quiser ver um show cubano esse é o verdadeiro e o mais original. O que vale mesmo é o show que começa por volta das 10h30. Uma vez que o show começa, o ambiente de teatro é tomado pela cor, luz, figurinos espetaculares e muito movimento. O espetáculo leva duas horas e cobre a maior parte da cultura popular cubana da música e da dança. Depois do show, você pode continuar a festa, dançando a noite toda ao lado, no Salão Arcos de Cristal.
Dica
Sempre que for a um show jante antes em outro lugar, o forte dessas casas noturnas é o espetáculo, não a comida.
Restaurantes
1 – Café del Oriente
Um restaurante elegante próximo da Plaza San Francisco com algumas mesas ao ar livre. Dentro um ambiente com pé direito alto um, belo piso de mármore e lambris escuros nas paredes. O menu é um dos mais extravagantes de Havana, mas é também um ótimo lugar para relaxar durante os passeios por Havana Velha tomando um drink ou um café. Fica aberto 24 horas.
2 – Paladar Doña Carmela
fomos lá por indicação do nosso guia que costuma ir sempre, é amigo pessoal da dona. A comida é caseira: arroz, feijão, farofa, as carnes, frango e lombo são feitas na grelha, uma boa salada, lembrou-me a nossa comida. São seis ou sete mesas no jardim da casa tornando o ambiente muito agradável. Verifique antes se está aberto.

3 – La Barraca
jantamos lá antes de assistir ao show do Cabaret Parisien. Fica nos jardins do hotel Nacional de Cuba, cozinha e música cubana e em um ambiente descontraído. É sem dúvida uma das melhores vistas da entrada da baía de Havana.
Para finalizar uma frase do famoso escritor e poeta cubano José Marti Pérez (1853/1895):
“A liberdade custa muito caro e temos ou de nos resignarmos a viver sem ela ou de nos decidirmos a pagar o seu preço.”
Boa viagem!!
Colaboradora: Virginia Figliolini Schreuders
Yeda,
Tudo bem?
Adorei!!
Bjs,
Angela
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Olá Estе é meu primeiro comentar ɑqui, então
eu só queria dar um alô rápido e dizer еu realmente desfrutar lendo seս artigos .
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Obrigado !
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