
Foto Yeda Saigh
O Líbano é um país pequeno com uma capital que é uma das cidades mais interessantes do mundo. Beirute é uma festa para os sentidos, não só visuais como olfativos. Para mim, Beirute é mais especial ainda. Além das origens familiares do meu marido, foi a cidade que escolhemos para comemorar nossas bodas de ouro
com amigos e família. A última vez que tínhamos ido ao Líbano foi em 2004! Nesses quinze anos houve muitas mudanças políticas e culturais.

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Pegamos um vôo da Air France, São Paulo/Paris 11h30 e depois pela Meadle East Paris/Beirut 4h15. O aeroporto de Beirut fica somente à 15 mns do centro hoteleiro.
Ficamos no HotelPhoenicia, muito bem localizado, em frente ao mar, uma vista linda! Serviço ótimo, um café da manhã maravilhoso! Desde croissant até linguiça síria, homus, babganush, salmon, todos os tipos de bolos, frios e por aí vai!

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Nossa proposta de programa para nossos convidados foi feita no maior capricho. Contratei a agência Wild Discovery, que recomendo fortemente: o pessoal de apoio foi sempre muito atencioso. Nossa guia Lívia foi incansável, uma baiana sempre simpática, que revelou um grande conhecimento do país e nos acompanhou durantes os seis dias que estivemos lá.
Outra pessoa que gostaria que mencionar é Latife Nakadi, mineira libanesa que organizou junto comigo toda essa programação. Ela mora em Beirut há mais de 40 anos, é uma mulher encantadora e muito elegante.

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Primeiro dia– depois do maravilhoso café da manhã fomos visitar o Museu Nacional, que é o principal museu de arqueologia no Líbano. Foi inaugurado oficialmente em 1942. O acervo começou a ser coletado após a Primeira Guerra Mundial. Contém múmias raríssimas, a coleção é composta por cerca de 100.000 objetos, a maioria dos quais são antiguidades e achados medievais.

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Durante a Guerra Civil Libanesa de 1975 o prédio do museu foi bombardeado, saqueado, inundado e transformado em um quartel para os combatentes. Após o cessar fogo em 1991, passou por uma grande reforma, reabriu suas portas ao público em outubro de 1999 durante o governo do presidente Emile Lahoud e voltou a sua antiga posição de destaque, especialmente como um dos principais museus com objetos fenícios antigos do mundo.

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O governo libanês promoveu uma campanha maciça para recuperar as antiguidades que foram roubadas ou negociadas durante a guerra civil. Muitos artefatos foram recuperados de lojas de antiguidades e casas particulares uma vez que a lei libanesa determina que qualquer item com mais de 300 anos pertence ao estado.

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Curiosidade
Não deixe de ver um filme que conta toda a história do museu, de forma bem interessante! Durante a guerra o diretor do museu construiu paredes de concreto em volta das obras para que não fossem destruídas ou espoliadas. E assim essas obras de valor incalculáveis foram preservadas!! As cenas da derrubada das paredes de concreto são incríveis.
O segundo museu visitado foi o Mim Museu Mineral inaugurado em 2013. Um museu privado, que exibe mais de 2000 minerais, representando 450 espécies diferentes de 70 países, muito bem montado em vitrines separadas por cores e países! Assista ao filme que mostra de onde vieram essas pedras, considerada uma das mais importantes coleções particulares de minerais do mundo. O museu também abriga uma exposição de fósseis marinhos e voadores do Líbano.

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Endereço: Université Saint-Joseph Campus de L’innovation et du Sport (CIS), Beirut, Líbano
Almoçamos no restaurante L’ Avenue, o mesmo de Paris, muito bom.
Jantamos no restaurante Liza, jantar oferecido pelo meu filho Alexandre e sua mulher Cristiana, um dos melhores de Beirute! Além de ser lindo, a comida é maravilhosa e as sobremesas imperdíveis!!

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Segundo dia– Fomos para Baalbeck, também conhecida pelos romanos como Heliópolis é uma cidade histórica do Líbano. Antiga cidade da Fenícia, no vale do Beca, tornou se colônia romana sob o imperador Augusto (27 a.C.-14 d.C.).

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A acrópole da cidade conserva importantes vestígios romanos. As gigantescas ruínas de Baalbeck se encontram em meio à planície de Beca, entre as cordilheiras do Líbano e do Anti-Líbano.

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Durante os primeiros séculos da era cristã, Baalbeck foi muito próspera e famosa.

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Seus edifícios, como os conhecemos agora, tiveram sua construção iniciada pelo Imperador romano Antonino Pio (138–161), e continuada por Septímio Severoe outros imperadores até Caracala(211–217).

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Fomos conhecer e almoçar naVinícola Marsiaj, um lugar muito bonito, comida ótima e vinho de alta qualidade! O buffet foi servido dentro da sala de tonéis e as mesas ficavam fora em baixo de tendas com vista para as vinhas. Esse programa foi ótimo, especialmente por poder aproveitar e sentir o ar do campo!

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No final da tarde, já em Beirute o programa foi assistir a uma palestra no salão do hotel Phoenicia com o professor Roberto Khatlab[1], da Universidade de Beirute sobre a história do Líbano. Muita ilustrativa e informativa, foi importante para contextualizar a historia tão interessante deste pequeno país em extensão geográfica mas muito rico em suas tradições culturais.
[1]Roberto Khatlab, diretor do Centro de Estudos e Culturas da América Latina da Universidade Saint-Esprit de Kaslik e pesquisador no Centro de Estudos da Emigração Libanesa da Universidade Notre Dame, no Líbano. Autor de vários livros sobre as relações Brasil-Líbano, entre eles Mahjar, Saga libanesa no Brasil (bilíngue português-árabe), Editora Mukhtarat, Beirute, Líbano.
[1]Roberto Khatlab, diretor do Centro de Estudos e Culturas da América Latina da Universidade Saint-Esprit de Kaslik e pesquisador no Centro de Estudos da Emigração Libanesa da Universidade Notre Dame, no Líbano. Autor de vários livros sobre as relações Brasil-Líbano, entre eles Mahjar, Saga libanesa no Brasil (bilíngue português-árabe), Editora Mukhtarat, Beirute, Líbano.
Curiosidade
Solidere uma empresa que foi criada com o objetivo de reconstruir o Líbano, principalmente a cidade de Beirute, muito bombardeada durante a guerra civil, pelo primeiro ministro Hariri para reconstruir o centro de Beirute e tudo que foi destruído na guerra. Eles conseguiram através de uma grande emissão de ações capitalizar a empresa e dessa forma ela pode angariar grandes recursos para a reconstrução Nacional. A Solidere compra um imóvel de quem não tem dinheiro para reformar o seu imóvel e paga o proprietário com ações da própria Solidere, ações essas negociáveis em bolsa de valores. Numa segunda etapa a Solidere lança mais ações em Bolsa e com esses recursos é feita a reconstrução do prédio, que, diga-se de passagem são edifícios muito mais modernos, bonitos e imponentes do que os anteriores que tinham sido destruídos. Sendo assim principalmente o centro de Beirute apresenta-se hoje totalmente remodelado com prédios modernos e lojas de grifes de marcas europeias e americanas. Todavia, o sky linede Beirute mudou bastante, perdendo o charme de sua atmosfera anterior.

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Terceiro dia– A parte da manhã foi dedicada a um tour no centro de Beirute. Compras na Sarah bags e artesanato 499, dois endereços muito famosos em Beirute.
Visitamos a Mesquita Mohammad Al-Amin, no centro de Beirute, na Praça dos Mártires. Construída por Hafik Hariri, inaugurada em 2008, é considerada a maior mesquita do Líbano. É possível visualizar as cúpulas azuis de diferentes lugares em Beirute. Foi inspirada na Mesquita do Sultão Ahmed, em Istambul, de arquitetura Otomana.

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O almoço foi em um restaurante em Zaitunay bay (Baía da Azeitona), um novo e ambicioso empreendimento de 215.000 mts2, projetado pelo arquiteto Steven Holl. Tudo isso foi recuperado e reconstruído após a guerra civil de 1975.

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Hoje o calçadão da orla tem 17 restaurantes e 7 lojas de varejo, sinal do renascimento do centro da cidade. É muito agradável andar pelo calçadão no final da tarde com uma vista linda para o mar. Pode-se parar em algum dos bares para tomar um drink!
A Missa das Bodas foi na Igreja Ortodoxa Église de l’Annonciation, muito bonita. Foi uma cerimônia especial com um ritual muito autêntico e cheio de tradições, com lindos cânticos cantados pelos padres.

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O jantar que oferecemos foi na Maison Linda Sursock, antiga casa bizantina lindíssima, muito bem conservada! Serviço do Hotel Bristol.

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Quarto dia– Fomos cedo para Biblosna costa mediterrânica, a 42 kms. de Beirute. É um foco de atração para arqueólogos devido às fases sucessivas de vestígios arqueológicos resultantes de séculos de ocupação humana.

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Segundo o filósofo e historiador Fílon de Alexandria, Biblos era famosa por ser a mais antiga cidade do mundo. O local foi povoado primeiramente durante o período Neolítico, por volta de 5 000 AC., É uma cidade a beira mar. Depois de visitar as ruínas que são maravilhosas e tem uma vista deslumbrante para o mar, desce-se até o nível do mar por ruas estreitas, muito charmosas e cheia de lojinhas. Compras ótimas!

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Almoçamos no restaurante Pepe, eu já conhecia desde 1971! E continua ótimo, o peixe é divino! Não deixe de ver as fotos nas paredes de celebridades que frequentaram o Pepe desde sua abertura.

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Curiosidade
Biblos/Gubla era um papiro exportado para a Grécia, tanto a planta como os «rolos» a partir do qual fabricavam papel. É daí que surge o nome da Bíblia.
Voltando de Biblos para Beirute paramos na Fundação Aïshti, uma das maiores do Líbano, muita bonita com vários andares de arte contemporânea, do arquiteto David Adjaye. Além da Fundação a Aïshti é a líder indiscutível do mercado de produtos de loja e luxo no Líbano.

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Jantamos no restaurante italiano do hotel Rossini, super gostoso.
Quinto dia– Fomos para Saida, sul do Líbano, a uma hora de Beirute, cidade costeira, conhecida também como capital do Sul. Foi uma das mais importantes cidades na época dos fenícios, rivalizando com Biblos como potência naval.
Visitamos um souk(mercado) muito interessante para compras

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No fim do mercado está a Fundação Audi com uma fábrica de sabão muito bonita. A loja da Fundação é ótima! Os guias explicam sobre a história do sabão que foi inventado no Líbano.

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Em seguida, fomos visitar Beiteddine, famosa por seu magnífico Palácio que hospeda o Festival de Beiteddine a cada verão.
O palácio rodeado pelas montanhas foi construído por Emir Bashir Shihab II, no período entre 1788 e 1818. E foi sua residência até 1840. Posteriormente, o edifício foi utilizado pelas autoridades otomanas como a residência do governo e depois da segunda guerra pelos franceses.

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Foi restaurado e declarado monumento histórico em 1934. Após a independência em 1943, o palácio tornou-se a residência de verão do presidente da república.

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A construção teve influência de arquitetos italianos e artesãos de Damasco e Aleppo, sua estrutura é bem Oriental, diversos jardins, estão presentes no castelo, assim como fontes, muito usadas na civilização árabe. Seu estilo é uma mistura de barroco tradicional árabe e italiano. O Palácio levou cerca de 30 anos para ser concluído.

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Durante a guerra civil libanesa o Palácio foi fortemente danificado. Em 1984, quando os combates na área recuaram, Walid Jumblatt ordenou a sua restauração. Parte do palácio está aberta ao público, enquanto o restante ainda é residência do presidente no verão.
Depois de visitar o palácio que é espetacular, fomos almoçar no Mir Amin Palace Hotel, um dos palácios que o emir Bashir construiu e deu para um de seus filhos. O restaurante além de ser lindo tem uma comida árabe deliciosa e uma vista para as montanhas deslumbrante!!

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Jantamos no restaurante Em Sheriff, considerado o melhor de Beirut!

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E para finalizar um pensamento de Khalil Gilbran, grande poeta e filósofo libanês:
Tartarugas conhecem as estradas melhor do que os coelhos.
Quando você fala deixa de estar em paz com os seus pensamentos.
Fotos maravilhosas, viagem inesquecível!!! Obrigada Yeda
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Linda descrição de lugares tradicionais do Líbano, terra de meus pais
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Adorei conhecer um pouco do Líbano através do seu diário de viagem. Sempre tive vontade de conhecer pessoalmente, mas ainda não foi possível. Agora a vontade só aumentou! Parabéns pelas bodas de Ouro!! que maravilha! vocês estão ótimos!!! Beijos!
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Parabéns pelas Bodas de Ouro!
Parabéns pela viagem e pelos relatos
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Yeda, que comemoração fantástica! E que oportunidade de conhecer mais o Líbano, tão cheio de história.
Você está linda! Mais uma vez, parabens a você e ao Raul pelos 50 anos de casados. Pena não termos podido ir comemorar juntos. Um beijo.
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Viagem maravilhosa, pretendo ir o ano que vem. Obrigada pelas referências e dicas. Parabéns pelas Bodas de Ouro!!!!
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